quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Cuidados com seu dinheiro e investimento!

Dólar reage a cenário turbulento e ultrapassa R$ 4 em 2015
  • Brasília
Mariana Branco – Repórter da Agência Brasil












O dólar oscilou constantemente em 2015 e bateu recordes, reagindo às incertezas políticas e econômicas do país e à conjuntura internacional A moeda iniciou o ano perto dos R$ 2,70. Em março, já havia ultrapassado R$ 3 e, em junho, operou acima dos R$ 3,10.

No dia 22 de setembro, o dólar fechou acima dos R$ 4 pela primeira vez na história. No dia 24 do mesmo mês, chegou a R$ 4,24, outra máxima histórica, e depois recuou, encerrando o pregão a R$ 3,9914. Em dezembro, a moeda seguiu em alta e superou R$ 3,90 em alguns pregões.

O economista Luciano D'Agostini, do Conselho Federal de Economia (Cofecon) e pós-doutorando na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que, no cenário doméstico, o dólar, valorizado em 2015, teve relação com as dificuldades de implementação do ajuste fiscal. 

“O ajuste não deu certo porque parte dele não foi aprovada pelo Congresso. A entrega do objetivo não foi cumprida. Com isso, as agências de classificação de risco começaram a rebaixar as notas de crédito do país”, ressalta. Nesse quadro, diz, a crise política mostrou-se decisiva. Segundo o economista, além de ter travado a aprovação do ajuste, a crise criou um cenário de dúvidas.

“Deflagrou-se uma crise política, que também contribuiu para o câmbio subir. É uma variável, embora a gente não consiga medir o impacto disso na economia. Um processo de impeachment [aberto contra a presidenta Dilma Rousseff] é um risco para o país. A [operação] Lava-Jato também, pois você tem uma quebra de confiança nas instituições”, comenta.

Juros
Do lado internacional, dois fatores pressionaram o câmbio em 2015, na avaliação de Luciano D'Agostini. Um foi a possibilidade de um aumento dos juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano). O temor acabou se concretizando somente em dezembro, quando o Fed anunciou alta de 0,25% nas taxas de juros de referência. No entanto, ao longo de todo o ano, o mercado foi afetado pela expectativa.
“O mercado financeiro faz uma antecipação de fenômeno e estava esperando durante o ano. A expectativa e a efetivação do aumento contribuíram para depreciação do real frente ao dólar”, diz Luciano D'Agostini. O outro fator externo que contribuiu para a depreciação do real, segundo ele, foi a desaceleração do crescimento na China.

“Isso causou impacto nos países Brics [grupo de países em desenvolvimento formado por Brasil, Índia, China e África do Sul]”, explica o economista. Para ele, houve valorização do dólar ante as moedas de todos os países do grupo. Sobre o real, o efeito foi mais forte, devido aos problemas internos do Brasil.

Em 2016, o economista não vê o dólar recuando. Ele lembra que o Brasil sofreu rebaixamento da Standard&Poor's e da Fitch no segundo semestre, e que os efeitos dessas decisões devem se prolongar pelo ano que se inicia. Além disso, diz, as questões fiscal e política não se resolveram.

“O problema fiscal continua [em 2016] e será mais grave. O impeachment vai se prolongar. Não há mudança estrutural na macroeconomia, um plano de desenvolvimento. Ao mesmo tempo, do lado da política monetária americana, continua o movimento de valorização do dólar perante muitas moedas internacionais. Você vai ter mais uma ou duas rodadas de depreciação do real”, acredita.
Edição: Kleber Sampaio


quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Como pessoas milionárias enterram dinheiro guiadas por estudos bem esquisitos


23 MAYO, 2014, Accor anuncia a assinatura de mais um contrato. Dessa vez, é para dois hotéis em Parauapebas (PA) em parceria com a Construtora Guia. Eles vão receber um investimento de cerca de R$ 33 milhões por meio da parceira e devem gerar cerca de 400 empregos diretos e indiretos na região, durante o período de obras. A previsão de abertura é 2017.


Esta noticia foi veiculada originalmente em 23 maio 2014.  Para nós, maluquice pura. Todos iniciavam a retirada, inclusive a VALE, que muito em breve vai parar suas plantas nesta cidade.

Me pergunto que erva fumaram estes empresários  e investidores ao iniciar tamanho investimento numa cidade em franca decadência. Em Setembro 2013 publicamos Momento Reestruturante, ONDE EXPLICÁVAMOS nossa tese de fim de voo. 


Parauapebas encerrava ali seu período de crescimento chinês. Logo depois minguaram tudo, inclusive a tonelada do minério de ferro que caiu dos 120 para meros 40 dólares. Atualmente estão construindo os hotéis, mas para ficarem vazios. Grande parte da rede hoteleira da cidade, com diária media de 100 reais esta fechada, quebrando ou a venda. As minas do projeto Carajás estão a beira da exaustão financeira, pois seus custos estão nas nuvens, causados pelo aprofundamento da cava, abaixo do nível do mar. A pressa da VALE é começar a exportar o minério barato de Canaã dos Carajás, cidade distante 72 km daqui.

Alguém esta sendo enganado. Somos a consultoria mais antiga da região e rebatemos todos estes estudos malucos e de aluguel feitos por empresas que não entendem nada da região. São uns malucos ou estão jogando fora dinheiro de investidores incautos. Estamos a disposição para auditar e reanalisar estes estudos esquisitos.

 Accor assina contrato para dois hotéis em Parauapebas (PA), investimento será de R milhões

“Esse novo empreendimento faz parte da estratégia de crescimento da rede Accor em todas as regiões do País e não somente nos grandes centros urbanos”, afirma o diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da Accor no Brasil, Eduardo Camargo. “Parauapebas é um importante centro para o setor de mineração e ocupa destaque entre os municípios que mais exportam no Brasil”, completa o executivo.

O novo empreendimento será composto por um hotel ibis e um hotel ibis budget, marcas do segmento econômico da Accor, além de um novo conceito em centro de conveniência. O empreendimento, localizado na Rodovia PA 275 km 66, vai suprir a demanda de hospedagem econômica para o turismo de negócios na região. O local escolhido foi resultado de um minucioso estudo contratado pela construtora, já que deveria estar em uma posição estratégica para atender hóspedes que viessem do aeroporto e pelas principais rodovias que passam pela cidade.

“Estamos apostando neste conceito inovador do primeiro complexo multiuso da região. Assim, decidimos investir em uma marca internacional como a Accor e no potencial de desenvolvimento de Parauapebas”, enfatiza Rogério Leão, responsável pela área de novos negócios da Construtora Guia.



Como será
 A unidade ibis terá 105 quartos para até duas pessoas. Já a unidade ibis budget terá 120 quartos que acomodam até três pessoas. As duas unidades já contarão com os novos conceitos de apartamentos e recepção da marca. Os apartamentos contam com ar-condicionado, televisão LCD, internet wi-fi grátis, minibar, cofre e telefone. Os hotéis possuem seus principais serviços em escala 24/7: recepção, hospedagem confortável, além de lanches leves e bar.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

A cooperativa se atrapalhou. Procura as razões no curto prazo.

O que os clientes da Unimed de todo o Brasil devem saber




São Paulo - No dia 02 de setembro deste ano, a ANS determinou que a Unimed Paulistana deveria repassar sua carteira de clientes a outra operadora, depois de entender que a empresa estava falida. Passados alguns meses, a situação da empresa ainda pode gerar dúvidas não só entre clientes da Paulistana, mas também entre aqueles que são beneficiários de outras operadoras do Sistema Unimed.
No mês seguinte à sua falência, a Unimed Paulistana foi a operadora de plano de saúde mais reclamada do país, segundo o Índice Geral de Reclamações de outubro da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). 
ranking de reclamações da ANS mostra que as queixas não se concentram apenas na Unimed Paulistana. Outros três planos do sistema Unimed ficaram em segundo, terceiro e quarto lugar entre os mais reclamados do país: a Unimed-Rio, a Unimed Norte e Nordeste e a Unimed Fesp (Federação de São Paulo). Duas outras unidades da Unimed, ainda, fazem parte da lista das 20 operadoras mais reclamadas.
Veja na tabela a seguir a lista das 20 operadoras de planos de saúde de grande porte com maior índice de reclamação em outubro.
O Índice Geral de Reclamações apura o número de reclamações registrado para cada 10 mil clientes nos últimos três meses. Isso significa que para cada grupo de 10 mil beneficiários houve, em média, 'x' reclamações nos últimos três meses para determinada operadora e quanto menor o valor do índice, maior é a satisfação dos beneficiários com a operadora.
Unimeds sob supervisão da ANS
De acordo a ANS, das 313 Unimeds do país, 14 estão em regime de Direção Fiscal atualmente - menos de 4,5% das operadoras do sistema - e três estão em regime de Direção Técnica. A ANS esclarece que os regimes especiais têm o objetivo de acompanhar as operadoras na solução desses problemas sem que a empresa perca seu poder de gestão. 
Enquanto a Direção Fiscal consiste no acompanhamento presencial feito por um agente nomeado pela ANS (diretor fiscal) e acontece quando são identificadas anormalidades administrativas e/ou econômico-financeiras graves, a Direção Técnica consiste no acompanhamento presencial feito por diretor técnico nomeado pela ANS e é ocasionada pela identificação de anormalidades administrativas e assistenciais graves. 
Veja a seguir a lista de Unimeds que se encontram sob os regimes de Direção Fiscal e Técnica.
As medidas que foram tomadas em relação à Unimed Paulistana até agora
No dia 30 de setembro, um termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi assinadoentre o Sistema Unimed, o Procon-SP, os Ministérios Públicos Estadual e Federal e a ANS. Ele obriga as operadoras Central Nacional Unimed, Unimed Seguros e Unimed Federação do Estado de São Paulo (Unimed Fesp) a oferecerem planos de saúde aos beneficiários de planos individuais, familiares e coletivos empresariais (com menos de 30 pessoas) da Unimed Paulistana. 
Além disso, o TAC obriga essas unidades da Unimed a conceder aos clientes da Paulistana descontos de 25% em relação ao preço que seria praticado em planos vendidos a novos clientes. Reportagem publicada por EXAME.com mostrou, no entanto, que esse desconto não foi suficiente para evitar acréscimos de custos na transferência.
No dia 17 de novembro, a ANS editou a resolução Operacional 1.909 - que tratava dos termos do TAC - definindo que a portabilidade poderia ocorrer não só para os três planos da Unimed incluídos no TAC, mas para planos de outras operadoras. Nessa decisão, a ANS também prorrogou por 60 dias o prazo para clientes fazerem a portabilidade extraordinária, que agora pode ser feita até o dia 16 de janeiro.
A portabilidade extraordinária permite que os clientes passem a outro plano sem o cumprimento de carências, independentemente do tipo de contratação e da data de assinatura dos contratos. Se uma cliente estiver grávida, por exemplo, quando seu plano for transferido, ela não precisará aguardar os prazos normalmente exigidos para ter acesso às assistências para gravidez
Para advogado, faltou transparência
"Faltou transparência da ANS e da Unimed no primeiro momento, quando foi selado o TAC. Clientes ficaram com a impressão de que a única opção seria aderir aos planos da Unimed definidos pelo TAC, ninguém sabia que a portabilidade seria aberta a outras operadoras", afirma Rafael Robba, advogado especializado em direito à saúde.
Ele diz que assim que foi assinado o TAC, diversos clientes fizeram a portabilidade a planos da Unimed por medo de ficar sem plano de saúde. "A portabilidade era restrita aos planos da Unimed Seguros, Fesp e Central Nacional Unimed, que eram planos com redes muito inferiores ao de origem e muito mais caros, mesmo com o desconto de 25% definido pelo TAC."
De acordo com o advogado, muitos desses clientes que passaram a novos planos da Unimed estão agora recorrendo à Justiça para tentar restabelecer a categoria de plano que possuíam antes. Como a questão é muito recente, o judiciário ainda não firmou um posicionamento sobre o assunto, mas muitos juízes têm sido favoráveis aos clientes, segundo Robba. 
O que fazer se você é cliente da Unimed Paulistana e ainda não fez a portabilidade
Clientes que ainda não fizeram a portabilidade têm agora a opção de solicitar a transferência não apenas aos planos da Unimed, mas a qualquer operadora até o dia 16 de janeiro. 
Dentro desse prazo, a realização da portabilidade pode ser feita com menos restrições. Conforme explica Robba, a portabilidade convencional exige, por exemplo, que o cliente tenha permanecido por dois anos no plano de origem para realizar a transferência a outro plano sem carências. A portabilidade extraordinária, aberta aos clientes da Unimed Paulistana, afasta esse e outros requisitos.
Para tomar a decisão sobre qual o plano para o qual migrar, o advogado orienta que o cliente avalie o custo-benefício dos planos da Unimed, oferecidos pelo TAC, e de outros planos. "Como os procedimentos cobertos pelos planos de saúde são definidos por lei, as coberturas não variam muito, portanto o critério de desempate deve ser a rede credenciada, os hospitais e os reembolsos oferecidos por cada empresa", diz Robba.
E o que devem fazer os clientes de outras unidades do Sistema Unimed?
Como a Unimed é um dos maiores sistemas de planos de saúde do Brasil hoje, para Rafael Robba é natural que algumas das unidades da empresa estejam entre as mais reclamadas, mas de todo modo o cliente deve ficar atento.
"A Unimed concentra a maioria dos beneficiários do país, mas o judiciário vê o Sistema Unimed como um mesmo grupo econômico. Por isso, quando umaempresa do sistema sofre uma medida mais radical, como a Paulistana, outras Unimeds podem acabar assumindo responsabilidades e tendo sua saúde financeira comprometida", afirma Robba.
Por meio de nota, a ANS afirmou: "[...] é incorreto afirmar que há crise generalizada no setor. Também não é adequado generalizar e fazer comparativos entre a situação das empresas, pois cada operadora tem uma condição distinta e é preciso avaliar caso a caso", diz a nota da ANS.
Matéria recentemente publicada pela revista EXAME, contudo, mostra que outras empresas do Sistema Unimed, além da Paulistana, têm enfrentado, sim, algumas dificuldades. A Unimed-Rio, por exemplo, teve prejuízo de 200 milhões de reais em 2014 e chegou a atrasar pagamentos a fornecedores. Em março, a ANS instaurou o regime de Direção Fiscal na unidade.
Segundo a reportagem, por trás da falência da Unimed Paulistana e dos problemas em unidades como a Unimed-Rio, estão supostas brigas entre os grupos que disputam o poder da empresa, acusações de malversação de recursos e aumento dos custos com saúde, que têm crescido 15% ao ano.
Para o advogado especialista em direito de saúde, clientes do sistema Unimed devem ficar atentos às notícias sobre a empresa e devem buscar informações sobre a sua operadora especificamente no site da ANS.
Além do ranking de reclamações, que é um indicativo sobre a qualidade do plano de saúde, no site da ANS o cliente pode consultar o Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), por meio do qual a ANS avalia a qualidade das operadoras de saúde, e também pode verificar as últimas notícias divulgadas pela entidade que traz informações sobre a decretação de regimes especiais de supervisão. 
Resposta da Unimed
Por meio de nota, a Unimed do Brasil informou que a Unimed Paulistana recebeu determinação da ANS para transferir seus 740 mil beneficiários para outros planos, e está sob processo de portabilidade extraordinária, conformeinformações disponíveis no site.
"As demais operadoras listadas no ranking da ANS apresentaram dificuldades pontuais e já estão trabalhando para melhorar a qualidade dos serviços prestados aos seus beneficiários", diz a nota.
A Unimed do Brasil destacou ainda que, em 2015, 54% das 283 operadoras do Sistema Unimed avaliadas pela ANS atingiram a faixa mais alta da avaliação do IDSS.
Vale ressaltar, no entanto, que o IDSS de 2015 refere-se a avaliações realizadas em 2014.
Resposta da ANS
Questionada sobre a decisão de abertura de portabilidade a outras operadoras apenas depois de algumas semanas da publicação do TAC, a ANS respondeu, por meio de nota, que determinou a prorrogação e ampliação da portabilidade pela necessidade de esgotar todas as possibilidades de migração dos consumidoresda Unimed Paulistana a outros planos de saúde.
"[...] para acelerar o processo de retirada ordenada da Unimed Paulistana do mercado e proteger os beneficiários, a ANS decidiu priorizar a continuidade da garantia de troca de operadora sem cumprimento de novas carências e ampliar as opções de escolha para o consumidor", diz a nota.
A entidade defende que o TAC assegurou diversos direitos aos consumidores, como a imediata cobertura de urgência e emergência para todos os consumidores, a prioridade na portabilidade dos clientes em internação e tratamento continuado e os descontos de 25% sobre o valor de mercado.
A ANS acrescenta que monitora permanentemente as operadoras e que o sistema de saúde sumplementar não passa por uma crise. Ao considerar todas operadoras de saúde com registro ativo no país, a entidade diz que atualmente 97% das empresas encontram-se fora dos regimes especiais se Direção Técnica e Fiscal, o que significa que mais de 95% dos beneficiários de planos de saúde do país estão em empresas seguras e com baixo risco de descontinuidade.