Big data torna possível que empresas
e governos 'prevejam' o futuro
Fabrizio
Bensch/Reuters
Demonstração de um centro de monitoramento para
linhas aéreas em Hannover, na Alemanha
EULINA
OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Imagine que você entrou numa loja
de eletrodomésticos e em instantes um vendedor lhe oferece uma geladeira
exatamente como a que você pesquisou na internet pouco tempo antes. Ou que uma
prefeitura possa antecipar em três dias, com precisão, o risco de desabamento de
uma área. Ou uma empresa que aumentou a previsão de demanda de um determinado
produto com base em dados estatísticos coletados em tempo real, elevando sua
participação de mercado.
Todas essas situações são
possíveis com um fenômeno que vem ganhando cada vez mais força no mundo dos
negócios e também na esfera governamental: o big data. Com um volume cada vez
maior de dados disponibilizados na internet, por meio da navegação e postagens
em sites, blogs, redes sociais —chamados de dados não estruturados—, empresas
de tecnologia desenvolveram sistemas capazes de capturar esses dados e
analisá-los.
Criou-se, desta forma, uma
ferramenta importante para definir os próximos passos de uma companhia, em
diversas frentes: em relação a seus clientes, seus funcionários e a seu próprio
funcionamento, ao reduzir custos e riscos e melhorar processos.
Centro Tecnológico do Itaú, em Mogi Mirim (interior
de São Paulo); investimento de R$3,3 bilhões
A companhia aérea TAM, por
exemplo, já investe na ideia. Um dos usos que a empresa faz com o big data é
nas operações de manutenção de aeronaves, que começou em 2013.
"Utilizamos séries
históricas de dados de manutenção corretiva e preventiva combinados com
ferramentas de estatísticas para projetar a demanda futura por esses
serviços", explica Mauricio Pascalichio, gerente sênior do Centro de
Controle de Manutenção da TAM.
Com o big data, a companhia aérea
consegue planejar, com uma antecedência de 18 meses, a mão de obra e o material
necessários para os serviços de manutenção, evitando desperdícios. "Esse
planejamento com big data tem um índice de precisão de 98%, e o aumento da
produtividade é de 11%, afirma Pascalichio.
O Itaú Unibanco investiu R$ 3,3
bilhões em um novo centro tecnológico, localizado em Mogi Mirim (SP).
Inaugurado em março deste ano, o centro possui tecnologia para processar e
aplicar inteligência de negócio num ambiente de big data. Um dos objetivos é
entender o comportamento dos produtos e serviços.
Com o desenvolvimento da
computação em nuvem, as empresas não precisam dispor de grandes servidores para
armazenamento de dados, o que torna o big data bastante acessível a empresas de
todos os tamanhos
Sergio Fortuna, líder de Big Data-Analytics da IBM Brasil