sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Lamentamos por Parauapebas



Vale tem prejuízo de R$ 44,213 bilhões em 2015
Bloomberg 



Fernanda Guimarães, do Estadão Conteúdo

São Paulo - Com a queda dos preços do minério de ferro, a Vale registrou um prejuízo líquido de R$ 44,213 bilhões em 2015, ante um lucro de R$ 954 milhões no 2014. No intervalo de outubro a dezembro, o prejuízo ficou em R$ 33,156 bilhões, perda quase sete vezes superior à anotada no mesmo período de 2014.

"A redução de R$ 45,167 bilhões no lucro líquido deveu-se, principalmente, à menor margem Ebitda, aos maiores impairments (ajuste contábeis) registrados em 2015 e ao efeito negativo nos resultados financeiros da depreciação ponta a ponta do real contra o dólar, de 47% em 2015", destacou a mineradora brasileira no documento que acompanha seu demonstrativo financeiro.

Esses ajustes contábeis de ativos e de investimentos, assim como o reconhecimento de contratos onerosos, somaram R$ 36,280 bilhões no ano passado. Segundo a mineradora, esses impairments ocorreram, principalmente, por conta da redução significativa nas premissas de preços que são utilizadas em tais testes de impairment.

A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no ano passado foi de 23,654 bilhões, recuo de 24% ante o ano imediatamente anterior. No último trimestre do ano passado, o Ebitda ajustado foi de R$ 5,386 bilhões, recuo de 3% na base anual e de 21% na trimestral.

A receita operacional líquida da Vale no ano passado somou R$ 85,499 bilhões, queda de 3% ante o visto em 2014. No quarto trimestre, por sua vez, a receita líquida foi de R$ 22,681 bilhões, aumento de 2% ante o último trimestre do ano passado e queda de 3% ante o terceiro trimestre.

4º trimestre
A Vale reportou um prejuízo líquido de US$ 8,569 bilhões no quarto trimestre do ano passado, valor 4,6 vezes superior ao prejuízo anotado no mesmo período do ano anterior. Em relação às perdas anotadas no terceiro trimestre, o número aumentou cerca de 4 vezes. Em 2015, a Vale reverteu lucro e teve prejuízo líquido de US$ 12,129 bilhões.

Já a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em US$ 1,391 bilhão no quarto trimestre do ano passado, recuo de 36,4% na relação anual. Na comparação trimestral, a retração foi de 26%. No ano, o Ebitda ajustado alcançou US$ 7,081 bilhões, queda de 47%.

A margem Ebitda ajustada no quarto trimestre foi de 23,6%, ante 24,1% no quarto trimestre de 2014 e 28,8% no terceiro trimestre. No ano, a margem Ebitda ajustada ficou em 27,7%.

A receita operacional líquida da Vale no intervalo de outubro a dezembro do ano passado ficou em US$ 5,899 bilhões, queda de 35% de relação ao quarto trimestre de 2014. Ante os três meses imediatamente anteriores, o recuo foi de 9,3%. Em 2015, a receita líquida somou US$ 25,609 bilhões, baixa de 31,8%.

No quarto trimestre do ano passado, a produção própria da Vale ficou em 85,361 milhões de toneladas, expansão de 2,9% em relação ao mesmo intervalo de 2014, mas queda de 3,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Com a compra de terceiros, o volume foi a 88,411 milhões de toneladas, aumento de 2,4% na comparação com o último trimestre de 2014. Ante o terceiro trimestre de 2015, houve um decréscimo de 2,6%, conforme o relatório de produção divulgado no semana passada.

Já em 2015, a produção de minério de ferro da Vale atingiu 345,879 milhões de toneladas, um crescimento de 4,3% em relação ao visto um ano antes. De acordo com a companhia, o volume anual de produção é recorde. Com isso, a mineradora brasileira superou a meta de produção divulgada, de 340 milhões de toneladas.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Mais impostos, quem aguenta?



Senado aprova MP que eleva imposto sobre ganhos de capital e libera pauta
  • 23/02/2016 19h58
  • Brasília
Mariana Jungmann – Repórter da Agência Brasil

 Aprovada na Câmara e no Senado, MP segue agora à sanção presidencialFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O plenário do Senado aprovou hoje (23) a Medida Provisória (MP) 692/15, que aumenta progressivamente o Imposto de Renda sobre ganhos de capital - a diferença entre os rendimentos recebidos com a venda de um ativo (como ações e imóveis) e o custo de aquisição dele. Hoje o tributo é cobrado em alíquota única de 15%.

Os senadores aprovaram o relatório do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), por 56 votos a 11 e com uma abstenção. A MP também fixa regras para a quitação de dívidas tributárias com a doação de imóveis em pagamento.

O texto proposto por Jereissati estabelece progressividade no pagamento do tributo. Pela proposta, a alíquota de 15% permanece para os ganhos que não ultrapassarem R$ 5 milhões. A partir daí, a alíquota aumenta progressivamente para 17,5% sobre a parcela dos ganhos acima de R$ 5 milhões e que não ultrapassem R$ 10 milhões; 20% sobre a parcela dos ganhos acima de R$ 10 milhões e abaixo de R$ 30 milhões; e, por fim, 22,5% sobre a parcela dos ganhos que ultrapassar R$ 30 milhões.

A MP foi aprovada sem alterações em relação ao texto da Câmara dos Deputados e, por isso, segue agora para sanção da presidenta Dilma Rousseff. A aprovação da medida provisória destrancou a pauta do Senado e o plenário da Casa começará a discutir agora o projeto de lei do senador José Serra (PSDB-SP) que propõe o fim da participação obrigatória da Petrobras na exploração do pré-sal.
Edição: Nádia Franco

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Conquista histórica e Marabá



Governo conclui licitação para obras no Pedral do Lourenço
Hidrovia do Tocantins
Intervenção permitirá navegação de comboios de carga durante os meses de setembro a novembro, período em que o rio fica mais raso
por Portal Brasil publicado: 17/02/2016 11h50 última modificação: 17/02/2016 17h18 



 O derrocamento consiste em abrir um canal navegável de cerca de 140 m de largura no trecho


 
O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) concluiu a primeira fase da concorrência pública para o derrocamento do Pedral do Lourenço, situado na Hidrovia do Tocantins, no Estado do Pará. A intervenção consiste em desgastar os pedrais que impedem a navegação de comboios de carga durante os meses de setembro a novembro, período em que o rio fica mais raso. 

O derrocamento consiste em abrir um canal navegável de cerca de 140 metros de largura no trecho. O edital foi lançado pessoalmente pela presidenta Dilma Rousseff no dia 20 de março de 2014. 

Cinco empresas se cadastraram, com base em investimento de R$ 560,6 milhões  estimado pelo Dnit. O fase do pregão concluída nesta terça-feira (16) teve a DTA Engenharia LTDA como vencedora: a proposta de R$ 520,6 milhões representa economia de R$ 40 milhões ao governo federal, reduzindo em 7,15% a previsão para a execução da obra.

O edital 449/2015 é um pregão eletrônico na modalidade RDCi (Regime Diferenciado de contratação Integrada). A contratação integrada prevê, neste caso, a elaboração dos projetos básico e executivo, de todas as ações ambientais e a execução das obras em um prazo total de 58 meses.

A próxima fase da licitação prevê análise detalhada das propostas e de toda a documentação da empresa vencedora. Confirmado o resultado, o edital prevê prazo de 15 dias para possíveis recursos.

Navegação
O Pedral do Lourenço possui 43 km de extensão e está localizado entre a Ilha do Bogéa e o município de Santa Terezinha do Tauri, no Pará. A obra vai viabilizar o tráfego contínuo de embarcações e comboios em um trecho de 500 km, de Marabá (PA) a Vila do Conde (PA).

O obra pretende aumentar a navegabilidade da hidrovia do Tocantins e facilitar o escoamento da produção agrícola, pecuária e mineral do Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás e Mato Grosso, que tem o Porto de Vila do Conde e a região do baixo Amazonas como destino. O porto tem posição privilegiada em relação ao mercado europeu e ao norte-americano, além de rota com capacidade operacional estimada em 20 milhões de toneladas para o ano de 2025.

O empreendimento representa mais um passo em direção à mudança na matriz de transportes brasileira. Um comboio de 150m de comprimento, com capacidade de 6 mil toneladas, equivale a 172 carretas de 35t de capacidade. Entretanto, atualmente, apenas 5% da carga no País é transportada por hidrovias. O transporte aquaviário é mais econômico e sustentável, pois reduz custos e diminui a emissão de poluentes, aumentando a competitividade da produção brasileiro no exterior.

Várias medidas do governo da presidenta Dilma têm sido implementadas na direção de consolidar essa nova rota logística:
  • Nesta segunda-feira, 15/02, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em mais uma ação para impulsionar o Arco Norte, lançou o edital chamando empresas privadas a promoverem estudos técnicos e de viabilidade para subsidiar a concessão e prever as obras que deverão ser realizadas na BR-163 no trecho que faltava para chegar até Santarém (trecho Santarém-entroncamento com a BR-230). Dessa forma, os grãos transportados de Mato Grosso por rodovia podem chegar até o Porto de Santarém.
  •  
  • Em 29 de dezembro, a ANTT abriu para audiência pública as minutas de edital e contrato para concessão da BR-163/230/MT/PA – trecho Sinop (MT) a Miritituba (PA).
  •  
  • Além disso, em janeiro foi divulgado que a ferrovia que liga Lucas do Rio Verde a Miritituba, no Pará, com previsão de R$ 9,9 bilhões, será leiloada neste ano.
Fonte: Dnit

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Ainda privatizando



Governo espera boa participação em leilão para venda da distribuidora Celg
  • 15/02/2016 18h38
  • Brasília
Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil








O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse hoje (15) que pelo menos seis grupos devem participar da licitação da distribuidora de energia de Goiás, Celg D, prevista para ocorrer em março. Segundo Braga, entre os interessados há empresas brasileiras e estrangeiras.

“Tenho uma expectativa positiva, porque os fundamentos econômicos do estado do Goiás, por ser um estado do agronegócio – portanto que tem um crescimento histórico acima do PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro e que tem ganhos efetivos no VPL [Valor Presente Líquido] da companhia – que será um bom leilão, que teremos um bom resultado.”

Saiba Mais
Braga recebeu hoje o presidente da empresa, Silval Zaidan, que também destacou a expectativa positiva em relação ao leilão. Zaidan disse que a Celg D tem baixos índices de inadimplência e de perdas de energia, além de um quadro de funcionários qualificados e um bom mercado de atuação. No entanto, reconheceu que a empresa tem uma dívida que os acionistas não conseguem pagar.

“No negócio de distribuição é preciso grandes investimentos. Uma estatal precisa fazer grandes investimentos para depois arrecadar, e para um estado fazer investimentos de R$ 1 bilhão por ano precisa deixar de investir em saúde, educação, saneamento”, justificou Zaidan. Atualmente, a Eletrobras tem 51% das ações da Celg D e o governo de Goiás é dono dos 49% restantes.

Segundo o presidente da empresa, o preço mínimo para a venda da distribuidora será de R$ 2,8 bilhões, mas o comprador deverá também arcar com as dívidas da empresa, que somam cerca de R$ 2,5 bilhões.

A Celg D atende a 2,61 milhões de unidades consumidoras em Goiás e é responsável pelo atendimento de 237 municípios do estado, o que corresponde a mais de 98,7% do território goiano. Em maio do ano passado, a distribuidora foi incluída no Programa Nacional de Desestatização do governo federal.
Edição: Luana Lourenço