terça-feira, 13 de novembro de 2018

Energia com preço absurdo


Moreira Franco critica peso dos tributos na conta de luz
Publicado em 13/11/2018 - 14:53
Por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil Brasília




O Ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, criticou, hoje (13), o que classificou como “excessiva” cobrança de impostos na tarifa de energia elétrica. Para o ministro, é preciso tornar o estado mais eficiente e menos dependente da cobrança de tributos como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).

“É incompreensível alguns estados cobrarem 35%, 36%, de ICMS sobre um bem que é fundamental para as pessoas. A energia precisa ser barata, pois há muita gente que a consome”, disse o ministro ao participar, na sede da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em Brasília, do lançamento de um aplicativo para celulares

Para o ministro, é preciso fazer com que a máquina pública seja menos onerosa. "Se cobramos 36% [de ICMS] na conta de energia elétrica; 35% sobre o [preço] do combustível; é para manter uma máquina que, visivelmente, não está cumprindo com suas obrigações essenciais”, acrescentou Franco, mencionando a crise fiscal enfrentada por muitos estados e municípios. “É uma crise muito mais dura e profunda que a federal. Isso é fruto do mau uso dos recursos recebidos”, comentou o ministro, criticando o aumento da alíquota do ICMS sobre energia, combustível e telecomunicações a que alguns governantes recorrem em tempos de crise.

Ele também defendeu que o país passe por uma reforma fiscal que não signifique aumento de impostos. “É o que vem sendo feito desde [a promulgação] da Constituição Federal, em 1988. Para mudar esta lógica, temos que ter equilíbrio fiscal e respeito às pessoas, cobrando impostos justos, e não exorbitantes”, defendeu o ministro.

Transparência
Ao comentar sobre o aplicativo para celulares desenvolvido pela Aneel, Moreira Franco também cobrou mais transparência do setor elétrico. “O setor elétrico tem uma governança soviética: altamente autoritária; de transparência muito questionável e com sistemas decisórios que não usam as ferramentas democráticas [disponíveis]”, declarou o ministro.

Para ele, o atual modelo favorece que “um grupo extremamente reduzido” de pessoas decida sobre o aumento dos preços das tarifas de energia elétrica. “O modelo de organização do sistema impõe que, a cada setembro, a tarifa aumente sem que as pessoas saibam como e porque isto se dá”, lamentou Franco, defendendo a necessidade de que “processos sejam revistos”.

“As pessoas têm o direito de pagar um preço justo pelo que consomem, mas o que vemos no sistema elétrico não é isso. A conta é indecifrável. As pessoas não sabem o que pagam; pagam por aquilo que não consomem e, com exceção dos grandes consumidores, não têm acesso ao mercado livre. O sistema sequer tem condições de absorver os ganhos de produtividade de fontes que tenham um custo mais barato”, disse Moreira, defendendo o debate sobre a necessidade de revisão do modelo.

Aplicativo

 
O aplicativo Aneel Consumidor facilita a apresentação de reclamações, sugestões e elogios - Aplicativo ANEEL

O aplicativo Aneel Consumidor promete ajudar os consumidores a entender a composição da conta de luz e facilitar a apresentação de reclamações, sugestões, elogios e denúncias relacionados à qualidade do serviço prestado pelas empresas concessionárias e permissionárias.

Segundo o diretor-geral da Aneel, André Pepitone da Nóbrega, o aplicativo representa “um salto qualitativo” na forma de dar mais transparência ao setor.

“Este é um novo canal de acesso, aderente às atuais tecnologias e, sobretudo, às exigências dos consumidores digitais, que é ainda mais empoderado. Com um dispositivo móvel [celular], ele terá, em suas mãos, acesso a vários canais da Aneel, incluindo a ouvidoria, à qual poderá comunicar falta de energia, problema com a conta, pedido de ligação e religação, denunciar a queima de equipamentos, solicitar manutenção da rede, entre outros serviços.”

De acordo com Pepitone, ajudar os consumidores a compreender tudo o que está incluso nos valores pagos pelo fornecimento de energia pode levar à redução da tarifa. “Uma sociedade bem informada está preparada para contribuir para discutir, nos fóruns adequados, os diversos itens que compõe a tarifa de energia e contribuir [na elaboração] das políticas públicas”, disse Pepitone.

O aplicativo Aneel Consumidor já está disponível para aparelhos móveis com sistemas IOS e Android. Segundo Pepitone, novas funções para a plataforma já estão sendo desenvolvidas e devem ser lançadas em breve, incluindo um detalhamento dos impostos e tributos que incidem na conta de luz. À Agência Brasil, Pepitone disse que a expectativa da agência é disponibilizar estas informações até julho de 2019.

“Esta questão está prevista para este segundo momento porque teremos que identificar o [percentual cobrado de] ICMS nas 27 unidades da federação. E planejamos apresentar também o quanto se paga de PIS-Cofins [Programas de Integração Social-Contribuição para Financiamento da Seguridade Social] e CIP  nos municípios”, concluiu o diretor-geral da Aneel.
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Edição: Sabrina Craide

sábado, 10 de novembro de 2018

Pré-sal

Brasil lidera pagamento em leilões de exploração de petróleo no mundo
Publicado em 10/11/2018 - 08:30
Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro












O Brasil fez leilão de 72 blocos de exploração de petróleo desde 2016 - Agência Petrobras

O Brasil obteve 75% de todos os bônus de assinatura pagos em leilões de exploração de petróleo, que foram realizados no mundo desde 2016. Segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Décio Odonne, neste período, 82 países fizeram 100 processos de certames de áreas de exploração e foram contratados US$ 7 bilhões, na forma de bônus de assinaturas de 3 mil blocos.

Odonne acrescentou que, do total de blocos oferecidos no mundo, 72 foram ofertados pelo Brasil nas rodadas que realizou desde 2016. “Os 72 blocos do Brasil representaram 75% de todos os bônus de assinatura pagos no mundo desde 2016. É impressionante quando a gente compara o sucesso que tivemos no trabalho de atração de investidores em relação a outros países. Em segundo, distante da gente, é o México”, afirmou.

Próximos leilões
Quanto a continuidade dos leilões da ANP com a mudança de governo, Odonne destacou que não quer arriscar dizer se o novo governo vai cumprir o calendário de leilões, mas está otimista diante do interesse que o Brasil tem despertado nesse mercado e com investimentos em exploração que ainda devem entrar no país.

Em 2019, estão previstas a 6ª Rodada do Pré-Sal, a 16ª Rodada de Licitações de blocos sob o regime de concessão em áreas próximas ao polígono do pré-sal, além da expectativa do leilão do excedente de petróleo do pré-sal, chamado de cessão onerosa. “A gente quer e vai continuar, no Brasil, atraindo estes investimentos”, afirmou.

Confiante na manutenção dos leilões, o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, lembra que, por causa do mandato, o diretor-geral da ANP vai permanecer no cargo até 2020. Isso, para o ministro, reforçará a segurança do mercado na área de óleo e gás.

“Ele vai ficar porque tem uma tarefa a cumprir. Nós, a sociedade brasileira, precisamos da força, da pujança e do retorno financeiro que este setor dará para que melhore, não só as condições fiscais do país, mas sobretudo a vida das pessoas”, afirmou o ministro de Minas e Energia.

15ª Rodada
Na última quarta-feira (7), a ANP realizou a cerimônia de segunda etapa de assinaturas dos contratos relativos à 15ª Rodada de Licitações, ocorrida em março deste ano.

Nessa segunda etapa, dez empresas assinaram 12 contratos relativos à 15ª Rodada de Licitações: BP Energy do Brasil Ltda.; Chevron Brasil Óleo e Gás Ltda.; Equinor Brasil Energia Ltda.; ExxonMobil Exploração Brasil Ltda.; Murphy Brasil Exploração e Produção de Petróleo e Gás Ltda.; Petrogal Brasil S.A.; Queiroz Galvão Exploração e Produção S.A.; Repsol Exploração Brasil Ltda.; Shell Brasil Petróleo Ltda.; e Wintershall do Brasil Exploração e Produção Ltda.

Na primeira etapa, em 11 de setembro, foram assinados dez contratos de cinco empresas: Equinor Brasil Energia Ltda.; Exxon Mobil Exploração Brasil Ltda.; Petróleo Brasileiro S.A; QPI Brasil Petróleo Ltda.; e Shell Brasil Petróleo Ltda. Essas empresas solicitaram antecipação da assinatura dos contratos, já que o edital da 15ª Rodada prevê a assinatura até 30 de novembro.

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Edição: Davi Oliveira