Meirelles:
governo pode adotar novas medidas para aumentar arrecadação
- 30/05/2016 18h57
- Rio de Janeiro
Alana
Gandra - Repórter da Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, disse hoje (30) que o governo tem de criar condições macroeconômicas
para que todos possam trabalhar, produzir e investir para que o país volte a
crescer. As primeiras medidas tomadas pelo governo Michel Temer vão nessa
direção, destacou o ministro na Federação das Indústrias do Estado do Rio de
Janeiro (Firjan). Ele adiantou que outras medidas podem ser adotadas para
aumentar a arrecadação e citou a venda de ativos, as concessões e
privatizações.
Segundo o ministro, há muito
trabalho a fazer, e a finalidade do governo é promover o crescimento econômico
do país. De acordo com Meirelles, isso significa criar emprego, aumentar a
renda e a produção das empresas e, principalmente, o número de empregos e a
renda média da população brasileira. "Isso é o que deve nortear o trabalho
de todos.”
Ele ressaltou que as primeiras
medidas visam à correção do crescimento das despesas e da dívida pública.
Meirelles disse que, de 1997 a 2015, o crescimento anual médio da despesa
pública atingiu quase 6% ao ano acima da inflação, enquanto o gasto do governo
federal subiu de 14% para 19% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos
bens e serviços produzidos no país. “A sociedade brasileira não tem como
sustentar uma trajetória de gasto nessa direção”, destacou o ministro,
lembrando que o endividamento foi uma consequência.
O ministro enfatizou que a
economia entrou em uma espiral negativa, com aumento do desemprego, e que isso
precisava ser enfrentado de forma imediata, inicialmente com a exposição da
realidade à sociedade, o que ocorreu com a divulgação do “número realista do
déficit primário”, de R$ 170 bilhões, superior ao que fora informado
anteriormente (R$ 96 bilhões).
O segundo passo é discutir com a
sociedade, representada pelo Congresso Nacional, as medidas necessárias para
ajustar esse processo, fazer a economia voltar a crescer e aumentar a confiança
no país. “A vida é feita de previsibilidade ou horizonte de planejamento”,
disse Meirelles. Para ele, isso é importante não só para as famílias, mas para
as empresas e o governo. “Quanto mais longo o horizonte de planejamento, melhor
para a economia.”
Edição: Nádia
Franco
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