69% dizem acreditar que situação econômica do país não vai melhorar, aponta Datafolha
Os percentuais são praticamente os mesmos verificados na pesquisa realizada pelo instituto em agosto do ano passado
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Praticamente sete em cada dez brasileiros têm a avaliação de que a situação econômica do país não irá melhorar nos próximos meses, de acordo com pesquisa Datafolha.
Para 41% dos entrevistados, a
expectativa é de piora. Para 28%, a situação vai ficar como está, segundo
levantamento realizado de 8 a 10 de dezembro de 2020. Para outros 28%, ela vai
melhorar.
Os percentuais são praticamente
os mesmos verificados na pesquisa realizada pelo instituto em agosto do ano
passado.
No levantamento feito em dezembro
de 2019, antes da crise gerada pela pandemia, 24% esperavam piora, 31%,
estabilidade, e 43% achavam que ira melhorar.
Quando lhe foram perguntados
sobre a perspectiva para sua própria situação econômica, 22% disseram que vai
piorar, 46%, que ficará como está, e 31% esperam uma melhora. Em agosto, eram
19% (piora), 49% (ficar como está) e 30% (melhora).
A pesquisa ouviu, por telefone,
2.016 pessoas. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Para 2021, as expectativas do
mercado financeiro são de retomada do crescimento, após a contração da economia
registrada em 2020 por causa da pandemia.
Esse crescimento, no entanto, não
será suficiente para repor as perdas verificadas no ano passado, o que só deve
ocorrer em 2022.
Para o primeiro semestre deste
ano, o cenário é de mais incertezas, em razão do tempo necessário para o início
do programa de vacinação e da evolução da pandemia da Covid-19 no país.
A redução do auxílio emergencial
pela metade, por exemplo, colocou a renda de cerca de 7 milhões de pessoas
abaixo do nível de pobreza de até R$ 5,50 por dia em outubro de 2020, em
relação ao verificado em setembro, e esse número deve subir para quase 17
milhões com a extinção do benefício, de acordo com estudo do pesquisador
Vinícius Botelho, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação
Getulio Vargas).
A pesquisa do Datafolha mostrou
que o auxílio emergencial ainda era única fonte de renda para 36% das famílias
que receberam pelo menos uma parcela do benefício no ano passado.
De acordo com a pesquisa, 39% dos
entrevistados pediram o auxílio emergencial, e 81% desses pedidos foram
atendidos. Dados do governo mostram que o voucher alcançou quase 70 milhões de
brasileiros.
Há também dúvidas em relação às
"cicatrizes" deixadas pela crise, com a expectativa de que a retomada
amplie as desigualdades vistas no país.
A retomada do mercado de trabalho
também é dúvida, mesmo com a geração re- corde de vagas com carteira em
novembro.
No total, o desemprego bateu novo recorde em novembro, atingindo 14 milhões de
brasileiros.
A taxa de desocupação chegou a
14,2%, o maior percentual da série histórica da Pnad Covid, pesquisa do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) iniciada em maio do ano
passado para mensurar os efeitos da pandemia no país. Esse indicador considera
o mercado informal de trabalho, autônomos e funcionários públicos.
Noticia: noticiasaominuto
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