Apenas 10
capitais estão entre as cidades mais desenvolvidas do país
Florianópolis, Curitiba e São Paulo lideram ranking
Publicado
em 28/06/2018 - 17:04
Por Pedro
Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil Brasília
Pouco mais de um terço das
capitais brasileiras figuram na lista dos 500 municípios mais desenvolvidos do
país, segundo estatísticas de saúde, educação, emprego e renda. A informação
consta no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) 2018, divulgado
hoje (28) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. O cálculo
é feito com base em dados de 2016, a partir de indicadores sociais em 5.471
municípios, onde vivem 99,5% da população brasileira.
Para compor o índice, que voltou a subir após três
anos de queda, são apurados dados oficiais sobre saúde e educação
básicas, como número de matrículas escolares e mortalidade infantil, além das
taxas de emprego e renda média dos trabalhadores. Os dados completos podem ser
conferidos na página da Firjan na internet.
Mais desenvolvidas
Florianópolis foi a capital que manteve a liderança no ranking que mede
o desenvolvimento socioeconômico dos municípios - Prefeitura de
Florianópolis/Direitos Reservados
As 10 capitais mais bem posicionadas no ranking
estão distribuídas entre as cinco regiões do país. A liderança foi mantida por
Florianópolis, que registrou alto índice de desenvolvimento, com 0,8584 ponto,
ocupando o 47º lugar geral. Em seguida, aparece Curitiba (0,8378), que
ultrapassou São Paulo (0,8352) na segunda colocação, em relação ao levantamento
anterior, com base em dados de 2015. No quadro geral, as capitais paulista e do
Paraná ocupam, respectivamente, a 137ª e 74ª posições, respectivamente.
Na sequência, aparecem Teresina e Cuiabá. Entre as
capitais, foram as que mais subiram posições na comparação com o levantamento
anterior. A capital do Piauí, única do Nordeste entre as 10 mais desenvolvidas,
pulou de 12ª para a 4ª colocação. A capital mato-grossense foi de 9ª para a 5ª
posição.
“Muitas capitais por serem centro industriais,
perderam muitos postos de trabalho e baixaram o desempenho na vertente emprego
e renda. Já outras cidades um pouco menores, como Teresina e Cuiabá,
conseguiram bons rendimentos nesse indicador”, aponta o economista Jonathas
Goulart, da Divisão de Estudos Econômicos da Firjan.
As outras cinco capitais mais bem colocadas no
levantamento são: Vitória, Belo Horizonte, Goiânia, Campo Grande e Palmas, a
única representante da região Norte na lista das mais bem posicionadas.
Brasília ficou fora da lista das 10 capitais mais
desenvolvidas ao cair três posições - do 10º lugar em 2015 (0,8001) para o 13º
(0,7799) em 2016.
Menos desenvolvidas
Macapá é a capital com menor índice de
desenvolvimento - Imagem de divulgação/prefeitura de Macapá
Na parte de baixo da lista de desenvolvimento das
capitais aparecem Macapá (0,6446), seguida de Belém e Maceió, empatadas com
0,6918, índice considerado regular.
Pontuação semelhante obtiveram Manaus, Porto Velho
e Aracaju, todas também com desempenho regular.
Apesar disso, nenhuma capital de estado apresenta
desenvolvimento considerado baixo, o que as deixa acima de pelo menos 2 mil
municípios com piores resultados.
“De maneira geral, as capitais têm uma média acima
das demais cidades. Isso se deve a melhor resultado na vertente de emprego e
renda. Elas têm um mercado de trabalho mais dinâmico, acaba obtendo notas mais
altas nesse quesito”, explica Goulart.
Quando se compara o quadro atual com os dados do
período pré-crise, em 2013, a capital que mais perdeu posições no ranking foi o
Rio de Janeiro, que saiu da 5ª para a 11ª posição em apenas três anos. Recife
também sentiu uma forte queda no mesmo período, passando da 13ª para a 18ª
colocação. Em ambos os casos, a queda no índice de emprego e renda foi o fator
mais determinante para este recuo.
Saúde e educação
No IFDM Saúde, 19 das 27 capitais
apresentaram avanço no último período em relação a 2015. Manaus ficou no
extremo inferior do ranking das capitais neste indicador em razão do baixo
percentual de grávidas que realizaram sete ou mais consultas pré-natais, apenas
45,7% do total. Na parte superior está Curitiba, capital com o maior percentual
de grávidas que realizaram sete ou mais consultas pré-natais (88,8%).
No IFDM Educação, a melhor nota
ficou com São Paulo, que atingiu boas notas em todos os indicadores, segundo o
levantamento. Apesar disso, a nota do município Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb) ainda está 0,8 ponto abaixo da meta determinada pelo
Plano Nacional de Educação (PNE) para 2021. Na outra ponta do ranking na área
de educação, Maceió apresentou nível de desenvolvimento considerado moderado,
com taxa de atendimento na educação infantil de 24,1%, o que representa uma
estimativa de mais de 71 mil crianças fora de creches ou pré-escolas. Além
disso, a nota da cidade no Ideb foi a menor entre as capitais: 3,7 pontos,
muito abaixo da meta de 6.
Saiba mais
- Sul e Sudeste concentram 91% dos municípios mais desenvolvidos
- Falta de recursos prejudica desenvolvimento, diz confederação
- Índice que mede desenvolvimento dos municípios cresce em 2016
Edição: Lílian
Beraldo
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