Câmeras de reconhecimento
facial levam a 4 prisões no carnaval do Rio
Publicado
em 08/03/2019 - 14:28
Por Vin ícius Lisboa - Repórter da
Agência Brasil Rio de Janeiro
As 28
câmeras de reconhecimento facial instaladas em Copacabana durante o carnaval
levaram para a cadeia quatro criminosos com mandado de prisão em aberto,
segundo a Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro. A corporação avalia que
o projeto piloto "passou no primeiro test. Drive" e que o
sistema de leitura facial e de placa de veículos “demonstrou que funciona com
alto grau de precisão".
Em nota,
a PM informou ainda que um adolescente que deveria estar cumprindo medida
socioeducativa foi reconhecido e apreendido, e que um veículo roubado foi
recuperado ao ter a placa identificada.
O
monitoramento se deu de 1º a 6 de março (de sexta-feira
a Quarta-Feira de Cinzas). As imagens captadas pelas câmeras eram
transmitidas em tempo real para uma sala no Centro Integrado de Comando e
Controle (CICC), operada por policiais militares e civis. O sistema comparava
os rostos das pessoas filmadas com fotos de procurados e disparava um alarme
quando encontrava compatibilidade
.
"Mais
importante do que o resultado numérico foi o aprendizado da equipe envolvida no
projeto e a aplicabilidade do sistema. Assim como havia sido planejado, o
software da OI só congelou a imagem e acionou o alarme quando as câmeras
capturaram a fisionomia de pessoas procuradas pela Justiça ou a placa de
veículo roubado, tendo como base os bancos de dados da Polícia Civil e do
Detran", diz o texto, que considera que o sistema pode ser aplicado como
"uma poderosa ferramenta tecnológica na área de segurança pública".
O projeto
passará por mais um teste neste fim de semana, para que seja produzido um
relatório de avaliação. Segundo a PM, o estudo fornecerá informações para que
os gestores da segurança pública estadual decidam sobre "a viabilidade da
implantação do sistema em escala".
Em
janeiro, quando o projeto foi anunciado, a PM havia explicado que o
reconhecimento facial se dá por meio de um software desenvolvido pela
empresa Oi. Segundo a PM, a empresa oferece apenas a tecnologia do projeto, e o
controle do banco de dados e a operação do sistema ficam restritos ao estado.
O teste,
ainda de acordo com a corporação, não teve custos para o estado do Rio. Caso
seja aprovado, porém, o projeto terá que passar por processo de licitação,
de que outras empresas poderão participar.
A
iniciativa de adotar um sistema de reconhecimento facial gerou preocupação do
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que enviou uma carta à PM
pedindo esclarecimentos em relação à segurança dos dados coletados. Advogada e
pesquisadora do programa de direitos digitais do Idec, Bárbara Simões disse que
é preciso ter garantias de que as informações coletadas não correm
riscos de vazamentos ou má utilização por parte do estado ou de terceiros. Ela
alertou que Informações pessoais podem ser vendidas por empresas privadas, por
exemplo.
"Existe
a justificativa da segurança pública, mas são milhões de pessoas que poderão
ser vigiado, e, se isso cair nas mãos de pessoas erradas ou for usado
negativamente, são milhões de pessoas que podem ser afetadas", diz Bárbara
Simões.
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Edição: Juliana
Andrade
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